quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ana Paula Vitorino defende gestão do Metro do Porto igual à de Lisboa

Dizia Paulo Ferreira, no JN:
"A ligeireza da declaração de Ana Paula Vitorino é grave. A secretária de Estado sabe que o aumento do passivo resulta, sobretudo, do garrote financeiro imposto pelo Governo à Metro do Porto; sabe que o projecto do Metropolitano de Lisboa é mais caro e pior gerido (basta recordar o afundamento do metro no Terreiro do Paço); sabe que, de todas as empresas do sector ferroviário público, foi a Metro do Porto que recebeu, em 2006, a mais baixa indemnização compensatória do Estado (dez vezes menos do que a atribuída ao Metropolitano de Lisboa); sabe que, só por isso, o metro de Lisboa é mais barato para os utentes da capital… "

No final do ano passado, o passivo da Metro do Porto (MP) atingiu 1,8 milhões de euros. (1,2% do PIB). Quais as diferenças em relação ao Metro de Lisboa?
1- O Metro do Porto é muito mais extenso que o de Lisboa, mas o passivo é apenas metade.
2- A sua construção envolveu a requalificação das áreas urbanas envolventes.
3- O passivo do Metro do Porto diz respeito ao investimento na construção da infraestrutura. O Metro de Lisboa foi construido nos últimos 50 anos - já teve mais que tempo para ser amortizado.
4- As indemnizações compensatórias do Estado ao Metro de Lisboa são muito superiores (o que é inadmissível - há cidadãos de primeira e outros de segunda).

A gestão do Metro do Porto não é brilhante. Mas comparada com a gestão do Estado no Metro de Lisboa, é soberba. Não importa, o governo quer torná-la igual a esta última. Podia querer uma gestão profissional no Metro do Porto. 100% a favor. Na verdade, só quer controlar os "tachos". No Metro de Lisboa funciona lindamente.

Pelo meio, sendo o Metro um serviço local, os seus gestores deveriam responder aos representantes locais do povo, os principais responsáveis pelo bom funcionamento do transporte público local. Mas não. Vão responder a um ministro em Lisboa, que é avaliado com outros critérios. Vão estar seguramente mais preocupados com a bajulação política do que com o bom serviço. Como sempre.

Viva o Centralismo. Viva Lisbarica! ("porque se o país fosse só Lisboa e Caparica, era Lisbarica...")

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