quarta-feira, 25 de abril de 2007

O dia mais feliz da vida de Miguel Sousa Tavares

Há ainda mais um grupo de críticos. O mais hipócrita de todos. O ano passado, Miguel Sousa Tavares dizia, na TVI, algo como "O 25 de Abril foi o dia mais feliz da minha vida. Agora, acho que não significa nada para ninguém, pois muitas pessoas nasceram depois, logo deviamos deixar de comemorar" (não é uma citação pois não disponho das palavras exactas, mas a minha memória chega).

Vamos por partes.
- "O 25 de Abril foi o dia mais feliz da minha vida!". Bem, isto é que é fanatismo pelo 25 de Abril. Por outro lado, ele quer deixar de comemorar o "dia mais feliz da sua vida". Isto faz algum sentido? Se calhar foi a única vez que esteve com uma mulher. "Foi muito bom na altura, mas pensar nisso deixa-me triste". Só pode ser essa a explicação...
- "Muitas pessoas nasceram depois, logo devemos deixar de comemorar". Curiosamente, este é o feriado que diz respeito a um acontecimento mais recente. Podia-se aplicar ao Natal, à restauração da independência, à implantação da república, ou mesmo ao dia do Camões (convenientemente comemorado numa praia do Algarve). Mas MST só se lembra de dizer isto no 25 de Abril, ou seja, no único feriado em que o argumento não se aplica.
De qualquer forma, o argumento nunca é válido. Os feriados nacionais existem para recordar acontecimentos. Se muita gente já não sabe o que é o 25 de Abril, eu proponho que em vez de acabar, passe a ser feriado de dia 24 a 26, para dar mais tempo para falar do assunto. O fascismo não é para esquecer.
- "Acho que não significa nada para ninguém". Talvez não para ele. Para mim significa muito, e eu nem era nascido. Significa para a maioria dos portugueses. Por isso é que o PNR não consegue mais que 0,3% dos votos, metade dos quais de pessoas que se enganaram, e pensavam estar a votar no PSR...

Entretanto, descobri porque é que o 25 de Abril foi o dia mais feliz da sua vida.
"Meio a sério, meio a brincar, costumo dizer que o 25 de Abril só se cumpriu verdadeiramente quando a democracia chegou também ao futebol. Quando, em 1978, o FC Porto pôde, enfim, ser campeão e pôr fim ao oligopólio lisboeta do Benfica- Sporting, instalado nos hábitos e cultura do Estado Novo e do País. Nesse dia o país futebolístico democratizou-se também, abriu-se a uma nova fronteira — o Porto e o Norte — a que, mais tarde, se juntou também o Boavista. Não aceitarei em silêncio que ninguém mais me volte a tirar isto." - Miguel Sousa Tavares.
Ou seja, para MST, o 25 de Abril foi fantástico porque o FCP passou a poder ser campeão?!?!?

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